Dados do Trabalho

Título

IMPACTO DAS TECNOLOGIAS NA SAUDE OCULAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISAO SISTEMATICA

Resumo

Introdução:
A incorporação acelerada de tecnologias digitais na vida cotidiana tem suscitado preocupações quanto a saúde ocular. Estuda-se a prevalência de problemas visuais associados ao uso excessivo desses dispositivos. Esta revisão sistematizada visa consolidar os achados de pesquisas recentes sobre as repercussões do uso de telas, especialmente em crianças e adolescentes.

Revisão:
Realizou-se uma revisão sistemática nas bases BVS e PUBMED de artigos de 2015 a 2024, em inglês e português com os termos "internet", "child", "myopia", “smartphone”, “strabismus” e "eye health". Foram encontrados 254 artigos e seis foram incluídos na pesquisa após avaliação qualitativa. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 2016 alertou sobre os riscos do uso precoce e excessivo de tecnologias, que podem levar a danos sociais, psicológicos, físicos e neurológicos. Não há tempo mínimo seguro e aconselha substituição por atividades ao ar livre, desconexão dos dispositivos 2 horas antes de dormir e uso sob supervisão parental em áreas comuns. Em 2019, a OMS reportou aumento na prevalência de miopia, projetando crescimento de 1,95 bilhão de casos em 2010 para 3,36 bilhões em 2030. Em 2021, a Revista Brasileira de Oftalmologia publicou um estudo sobre as alterações oculares durante a pandemia, como insuficiência de convergência, cefaleia e olho seco. Artigo publicado em 2022 mostrou relação do uso de smartphones e o aparecimento de estrabismo. Os principais fatores de risco foram: distância de trabalho e tempo de uso. Posteriormente, em 2023, a SBP e o Grupo de Trabalho de Oftalmologia Pediátrica identificaram problemas como dificuldades de acomodação visual, piora das exoforias, redução da convergência fusional, efeitos de superfície ocular e risco de desenvolvimento de miopia, enfatizando a importância de piscar, utilizar lágrimas artificiais e adotar uma postura adequada durante o uso de dispositivos eletrônicos. No mesmo ano, Alves e Carvalho destacaram a imperiosa necessidade de implementar intervenções direcionadas ao controle do início e progressão da miopia.

Conclusão:
A completa proibição do acesso à internet por jovens é impraticável devido à integração das tecnologias no cotidiano. É importante que pais e profissionais da saúde atuem como moderadores e mantenham-se atualizados para orientação adequada. Práticas seguras no uso de dispositivos digitais e a supervisão educacional que integra práticas éticas são fundamentais para o desenvolvimento saudável dos jovens.

Referências Bibliográficas

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